No Brasil, uma técnica inovadora tem sido usada para ajudar pacientes portadores de perda auditiva uni ou bilateral, incapazes de usar o aparelho de audição convencional. O método, realizado por meio da fixação de um implante de titânio no osso do crânio, sobre o qual se conecta um aparelho capaz de captar e processar os sons, transmitindo diretamente, por condução óssea para o ouvido interno, promove resultados relevantes na recuperação da audição dos pacientes. A equipe de otorrinolaringologia da Fundação São Francisco Xavier (FSFX) foi responsável, em outubro, pelo uso dessa técnica em um paciente que sofria de perda auditiva devido a infecção crônica e alterações da anatomia do ouvido provocadas por cirurgias prévias para controlar essa infecção.
Segundo o otorrinolaringologista Rodrigo Sousa Magalhães, esse método é consagrado em todo o mundo e é adotado nos grandes hospitais brasileiros. Foi a primeira vez que realizamos esse tipo de procedimento no Vale do Aço, e a possibilidade de realização no Hospital e Maternidade Vital Brazil se deu graças à expertise da equipe da FSFX e estrutura adequada da unidade. “Ficamos muito satisfeitos com a possibilidade de aplicação da técnica, assim como a efetividade do tratamento, os resultados alcançados e os benefícios proporcionados ao paciente. A cirurgia transcorreu da melhor forma, o paciente está bem, se recupera em casa e terá o seu aparelho ativado dentro de 30 dias, após o período de cicatrização”, afirma Magalhães.
O caso do paciente Ozéias Silva de Oliveira, 52 anos, aposentado, virou referência no Vale do Aço, na área de otorrino, por ser o primeiro procedimento realizado na região. “A técnica é simples e não me causou nenhum desconforto. A falta de audição me trouxe prejuízos na escola e principalmente no trabalho. Daqui pra frente é só alegria, não vou sofrer mais prejuízo social. Já dá para notar uma qualidade de vida totalmente diferente”, afirma o Ozéias.
“É um grande avanço na medicina. Os benefícios para o paciente são inúmeros: menor tempo de recuperação e menor dor no pós-operatório”, enfatiza o médico.