Desde que se tornou referência como Centro Transplantador do Leste de Minas, o número de transplantes do HMC quadruplicou
O Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga, escreveu mais um capítulo em sua história, ao alcançar a marca de 400 transplantes renais. O sucesso obtido por toda uma equipe multidisciplinar é fruto da qualificação técnico-científica dos profissionais, dos investimentos em novas tecnologias incorporadas pela instituição ao longo dos anos e da realização de pesquisas na área, tornando o hospital destaque nacional em transplantes renais.
Atingir a marca de 400 transplantes indica uma maturidade dos nossos profissionais e dos processos implantados. São equipes das clínicas de Nefrologia, Urologia, Cirurgia Vascular e Anestesiologia que atuam diretamente na realização desse trabalho, visando à promoção da saúde e da qualidade de vida do paciente, conta Carlos Alberto Chalabi Calazans, gerente do Centro de Terapia Renal Substitutiva do HMC e coordenador do Serviço de Transplantes Renais.
A doença renal crônica leva o paciente a desenvolver um quadro de perda progressiva da função dos rins e da qualidade de vida. É quando passa a necessitar de terapia renal substitutiva, que pode ser o tratamento com hemodiálise ou o transplante renal. Nesse momento, o paciente é avaliado nos aspectos médicos e psicológicos quanto à possibilidade de se submeter ao transplante. Caso positivo, ele é inscrito na lista única do Sistema Nacional de Transplantes.
Um amplo processo que ressalta os diferenciais do Hospital Márcio Cunha. Além de contarmos com um Centro de Terapia Renal Substitutiva, inauguramos no ano passado uma Unidade de Transplantes para atender, principalmente, aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Aqui, o paciente é acolhido desde o início e realiza todo o tratamento no próprio hospital, passando por avaliações pré-transplante, pelo próprio transplante e ainda recebendo acompanhamento após o procedimento por tempo indefinido, tanto o receptor quanto o doador. Nosso foco está na humanização e no bem-estar das pessoas, explica Mauro Oscar Souza Lima, superintendente do HMC.
A doação do rim pode ser feita, por exemplo, a partir de um doador falecido, com diagnóstico de morte encefálica e com a permissão da família. É aí que entra a importância das campanhas de conscientização da população, mostrando o quanto pode fazer a diferença o simples gesto de informar a família sobre o desejo de se tornar um doador de órgãos. Eu fiz hemodiálise durante 16 anos. Quando me ligaram para informar que tinha um rim compatível, fiquei um pouco assustada pela cirurgia, mas muito feliz. Com o transplante, eu tive uma nova chance de viver melhor, relata Maria da Conceição de Oliveira Miranda, de 58 anos, que recebeu o rim de um doador falecido.
Outra possibilidade para quem aguarda o transplante é por meio do doador vivo, que pode ser um parente (mãe, pai, tio, irmão, etc.) ou uma pessoa não-aparentada (marido, esposa, amigo) do paciente. Nessa condição, é preciso uma autorização judicial para realizar o transplante.
Histórico de sucesso
A evolução do Hospital Márcio Cunha na área de Nefrologia transformou a instituição em referência para mais de 800 mil habitantes nas últimas décadas. Principalmente após a descentralização do serviço de hemodiálise pelo Governo do Estado, que trouxe alívio para pacientes do Vale do Aço, que até então precisavam se deslocar até Belo Horizonte para realizar o tratamento hemodialítico.
Investimentos da Fundação São Francisco Xavier, entidade que administra o hospital, na expansão da infraestrutura e na capacitação de uma equipe multidisciplinar credenciaram o Márcio Cunha junto ao Ministério da Saúde como centro credenciado para captação de rins, em 1987, e transplantes renais, em 1992, ano da realização no primeiro paciente. Na década seguinte, com a inauguração do Centro de Terapia Renal Substitutiva e, em 2006, com a referencialização do hospital pelo SUS como Centro Transplantador da Regional Leste, o Hospital Márcio Cunha tornou-se referência em transplantes renais para pacientes de Vale do Aço, Caratinga, Manhuaçu, Governador Valadares, Teófilo Otoni e Itaobim.
Hoje, visualizamos o resultado desses investimentos e do incremento nos serviços em números expressivos. Se de 1992 a 2006 foram realizados 100 transplantes renais, a partir de 2007 até os dias atuais, nós conseguimos quadruplicar esse número. A regionalização feita pelo MG Transplantes possibilitou que o Hospital Márcio Cunha oportunizasse o acesso a essa grande região de Minas e assumisse a posição de vanguarda, sendo o único centro transplantador da Regional Leste, resume Luís Márcio Araújo Ramos, diretor executivo da FSFX.