Fumar, consumir bebidas alcoólicas com frequência e ter relações sexuais desprotegidas são hábitos que, juntos, formam um dos principais gatilhos para o câncer de cabeça e pescoço — uma doença ainda pouco discutida, mas com números preocupantes. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 41 mil novos casos por ano dessa neoplasia, que afeta principalmente homens com mais de 40 anos. No entanto, o número de diagnósticos em adultos jovens tem crescido, impulsionado especialmente pela infecção pelo vírus HPV.
Segundo o cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Márcio Cunha (HMC), Dr. Helder Ferreira, o tabagismo, o alcoolismo e o HPV atuam diretamente no núcleo das células, alterando sua genética e provocando um processo de carcinogênese. “Esse efeito, associado à baixa imunidade do paciente, está ligado diretamente ao surgimento de tumores da mucosa da boca, faringe e laringe”, explica o especialista.
Os sinais da doença nem sempre são percebidos de imediato, e por isso é importante atenção aos sintomas persistentes. “Os sinais que devemos ficar atentos quanto ao surgimento desses tumores são nódulos no pescoço, feridas na mucosa da boca ou garganta que não cicatrizam e rouquidão que não melhora por três semanas”, alerta Dr. Helder.
No mês de julho, a campanha Julho Verde reforça a importância da conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço. A prevenção e o diagnóstico precoce ainda são os maiores aliados para salvar vidas. Por isso, o médico reforça que a prevenção pode e deve começar nos hábitos cotidianos. “Evitar o cigarro, o álcool em excesso e o sexo oral com múltiplos parceiros já são atitudes eficazes para reduzir os riscos. Além disso, adotar hábitos saudáveis, a realização de check-up anual com otorrinolaringologista e cirurgião de cabeça e pescoço é muito importante para o diagnóstico precoce”, orienta.
Segundo Dr. Helder, o diagnóstico precoce é um dos fatores decisivos no enfrentamento da doença. “Quanto menores as lesões e mais rápido forem tratadas, maior a possibilidade de ressecção e probabilidade de cura”, complementa.
O Hospital Márcio Cunha, através da Unidade de Oncologia, referência na região do Vale do Aço e Leste de Minas Gerais, oferece atendimento integral e humanizado a pacientes com câncer de cabeça e pescoço. A instituição, mantida pela Fundação São Francisco Xavier, dispõe de uma estrutura moderna, equipe médica especializada e um suporte multidisciplinar composto por psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e assistentes sociais. “O tratamento está baseado em um tripé: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A equipe multidisciplinar tem papel imprescindível para o êxito de todo o processo”, ressalta o cirurgião.
Para quem está enfrentando esse desafio ou já venceu a doença, o médico deixa uma mensagem de esperança e força. “Confie em Deus, confie no seu médico e nunca desista. Encare os desafios de frente com a certeza de que serão vencidos. Todo o seu esforço valerá a pena ao final do tratamento”, finaliza.