Novembro Roxo reforça a luta pela vida

Cuidado, afeto e tecnologia garantem “começos saudáveis para futuros brilhantes” no Hospital Márcio Cunha

O Novembro Roxo chegou mais uma vez para lembrar que cada bebê prematuro carrega uma história de resistência. E neste ano, o tema mundial “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes” ganha força dentro da UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital Márcio Cunha (HMC), onde tecnologia de ponta, equipe especializada e acolhimento caminham juntos para dar a esses pequenos a chance de crescer com saúde e esperança.

A unidade que conta com 30 leitos neonatais, sendo 15 dedicados a recém-nascidos em leitos de UTI e 15 leitos de cuidados intermediários neonatais e canguru, nos últimos dez anos, um índice de 96% de sobrevivência entre bebês de 1 kg a 1,5 kg, número que traduz o impacto do cuidado intensivo aliado ao carinho que marca o trabalho da equipe.

A médica pediatra e neonatologista da UTI Neonatal e Pediátrica do HMC, Dra. Fabíola Andrade, reforça que a prematuridade exige olhar atento desde o primeiro minuto de vida. “O bebê prematuro nasce antes das 37 semanas de gestação. Quanto menor a idade gestacional, maiores são os desafios. O desconforto respiratório e a hipoglicemia são muito comuns, mas existem vários outros cuidados que podem ser necessários, como ventilação mecânica, suporte nutricional e controle rigoroso de infecção”, explicou.

A médica destaca, ainda, que os prematuros extremos, aqueles que nascem antes das 28 semanas, são os que apresentam maior fragilidade e, que os prematuros tardios, entre 34 e 37 semanas, enfrentam menos riscos, mas ainda exigem acompanhamento especializado.

Dra. Fabíola reforça que o cuidado vai muito além da tecnologia, sendo o fator humano determinante no processo de recuperação. “O apoio dos pais faz toda a diferença. O afeto dessa mãe, ou desse pai, ajuda no desenvolvimento cognitivo e neurológico e contribui para uma internação mais curta. Isso é científico. Quando o bebê está estável, a posição canguru, que é o contato pele a pele, acelera o desenvolvimento e fortalece o vínculo”, contou.

Com o quarto Canguru do HMC, muitas mães passam a conviver integralmente com o bebê na fase final da recuperação, aprendendo e participando de todos os cuidados até a alta. “A presença da família é essencial para uma evolução mais rápida e segura”, reforça a médica.

A estrutura do hospital garante todo o suporte necessário: incubadoras aquecidas, berços de calor radiante, aparelhos de ventilação não invasiva, fisioterapia, fonoaudiologia e enfermagem especializada. “Aqui, o bebê recebe desde o colostro precoce, fundamental para evitar infecções, até tecnologias que salvam vidas, como o CPAP precoce, que é o uso de Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas. Cada detalhe importa para garantir um futuro mais promissor”, destaca Fabíola.

Este ano, a campanha também ganha força no país com a Lei Federal 15.198, sancionada em setembro de 2025, que oficializa o Novembro Roxo e o Dia Nacional da Prematuridade, celebrado em 17 de novembro. A nova legislação incentiva ações de prevenção, informação e acompanhamento das famílias, reforçando a importância dessa causa.

Para marcar a data, o hospital promoveu um café da manhã comemorativo com as famílias e entregou lembranças simbolizando essa luta tão delicada. Entre conversas emocionadas e reencontros, as famílias dividiram suas vivências. Uma delas foi a de Thayssa Galvão, mãe do pequeno Noah, que nasceu com 27 semanas, em 15 de setembro. “O Noah nasceu tão pequenininho, mas cheio de força. Foram dias de muita angústia e esperança e, desde o começo, eu senti o acolhimento de toda equipe. A psicóloga Maiara e a médica Vanessa estavam sempre por perto, me explicando tudo com calma e segurando minha mão quando o coração apertava. Mesmo tão miúdo, o Noah já mostrava que queria viver, chutava, abria os olhinhos e fazia graça. O Dr. Marcus Vinícius também teve um cuidado enorme comigo, me orientou sobre o citomegalovírus, me ajudou a não desistir da amamentação e me mostrou, passo a passo, que meu filho estava evoluindo. Com a Dra. Fabíola criei uma ligação especial. Eu brinco que ela virou a ‘minha mãe’ dentro do hospital. Em um momento de desespero no método Canguru, ela me abraçou, me explicou tudo com tanta paciência que me devolveu a coragem de ser mãe de um prematuro. Hoje já são 62 dias de luta, e estamos cada vez mais perto de finalmente ir para casa”, contou Thayssa.

Para a médica pediatra e neonatologista, celebrar o Novembro Roxo é celebrar a vida. “Quando cuidamos dos bebês prematuros desde o início, com atenção ao aleitamento, à prevenção de infecções e com cuidado atendo ao desenvolvimento motor e neurológico, além de reforçarmos a importância do afeto e contato pele a pele, estamos proporcionando a possibilidade de um futuro brilhante, pontua.

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