Dependência ao álcool e outras drogas: Saiba o que é e como tratar

Conteúdo atualizado em 15/03/2011

Tempo de leitura: 9 minutos.

O uso de drogas é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. O uso abusivo dessas substâncias traz prejuízos significativos na vida do indivíduo e de quem está ao seu redor.

Uma vez que o organismo entra em contato com substâncias capazes de causar o vício, será mais difícil combater os excessos. Por isso, a prevenção é o melhor caminho.

O objetivo deste post é falar sobre a dependência ao álcool e outras drogas, e alertar sobre os perigos do uso indevido dessas substâncias. Continue lendo e veja como se prevenir para evitar ter a vida transformada por esses problemas!

O que é droga?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é qualquer substância natural ou sintética que introduzida no organismo, pode modificar uma ou mais das suas funções. Elas podem ser classificadas segundo diversos critérios, do ponto de vista legal, por exemplo, são classificadas como lícitas ou ilícitas. 

Drogas lícitas: aquelas em que não há proibição na lei para que sejam produzidas, comercializadas ou usadas. Encontram-se nesse grupo o álcool, cigarro e medicamentos. Para algumas dessas classes de medicamentos é empregado algum tipo de restrição e só podem ser comprados com apresentação de receita médica, como no caso dos benzodiazepínicos (tarja preta).

Drogas Ilícitas: são aquelas que têm a produção, comercialização e uso proibido por lei. No Brasil, estão nesse grupo a maconha, cocaína, o crack e o cigarro eletrônico, por exemplo.

Quais as principais drogas consumidas?

O álcool é a droga mais consumida no mundo, seguida do tabaco. Apesar de serem legalizadas e de ter o consumo incentivado pela indústria e pela sociedade, o álcool e o tabaco são drogas, tais como cocaína e o crack, entre outras, uma vez que viciam e alteram o estado mental da pessoa que o utiliza. 

Entre as drogas ilícitas a maconha é a mais consumida no Brasil, seguida pela cocaína em pó e pelo crack.

Um estudo realizado pela Fiocruz revelou um padrão muito preocupante em relação ao uso de analgésicos opiáceos e dos tranquilizantes benzodiazepínicos (tarja preta). Uma parcela significativa dos brasileiros faz uso desses medicamentos sem prescrição médica ou de modo diferente da recomendada pelo médico. Quando bem indicados esses medicamentos salvam vidas, porém o uso sem supervisão médica pode trazer sérias consequências.

O que é dependência química?

A dependência química é um transtorno mental, uma doença resultante das alterações causadas pela droga no cérebro. Ademais, pessoas que têm problemas com drogas têm uma probabilidade maior de desenvolver outros transtornos psiquiátricos como a depressão e a ansiedade. É verdade também que algumas pessoas que possuem transtornos psiquiátricos acabam fazendo uso de drogas na expectativa de aliviar os sintomas do transtorno, porém, essa é uma combinação extremamente perigosa, ainda que no primeiro momento a pessoa possa sentir uma sensação de alívio.  Tal prática pode, com o tempo, piorar os problemas, agravar os sintomas e levar à morte.

É importante ressaltar que não existe uso de drogas sem consequências, até mesmo o uso esporádico pode trazer consequências danosas, como acidentes de trânsito, quedas, brigas, problemas nas relações familiares/sociais, queda no rendimento no trabalho, problemas na justiça e prejudicar a saúde física e mental.

Existem alguns fatores de risco que podem tornar a pessoa mais vulnerável a se tornar um dependente químico. O histórico familiar é um fator importante pois, nesse caso, a pessoa herda geneticamente a predisposição à dependência e pode apresentar maiores chances de aderir ao vício. Problemas psicológicos e sociais como dificuldade de lidar com frustrações, baixo status social e desemprego também constituem fatores de risco para a dependência.

De modo geral, uma pessoa deve procurar ajuda médica quando o uso de drogas começar a causar prejuízos para si mesmo e para quem está à sua volta.

Quais são os sintomas da dependência química?

O dependente químico tem o comportamento alterado e apresenta sintomas específicos, como: 

  • Desejo forte ou compulsivo pela droga;
  • Dificuldade de controlar o uso;
  • Mudança ou abandono de hábitos saudáveis ou prazerosos devido o consumo das drogas;
  • Necessidade de doses cada vez maiores, para obter efeitos anteriormente produzidos com doses menores;
  • Estado de abstinência quando o consumo é suspenso ou reduzido;
  • Conduta diferente dos valores defendidos quando sóbrio;
  • Persistência do uso mesmo na presença de consequências prejudiciais de ordem física ou psicológica.

Qual o tratamento para um dependente químico?

O organismo de alguém com dependência química se acostuma com uma substância e passa a ansiar continuamente por ela, seja álcool ou outro tipo de droga. Os desafios são grandes e o usuário, a princípio, terá muitas dificuldades em deixar de consumir a droga.

Embora algumas pessoas tenham a ideia de que a dependência química seja falta de força de vontade, é essencial destacar que as alterações cerebrais do uso da droga afetam a capacidade do usuário de resistir ao uso. 

É preciso passar por um processo de desintoxicação, associado a um suporte terapêutico, uma vez que a abstinência pode provocar sentimentos negativos e depressivos como  tristeza, medo e irritação. Em alguns casos é indicada a internação hospitalar para que o processo de desintoxicação ocorra de forma segura e monitorada de perto pelo psiquiatra. Medicamentos podem ser indicados para o controle dos sintomas de abstinência mais intensos.

Os grupos de autoajuda como AA (Alcoólicos Anônimos) e NA (Narcóticos Anônimos) são também alternativas que podem ser aplicadas paralelas ao tratamento psicoterapêutico. O tratamento pode ser conduzido por uma equipe multidisciplinar composta por médico psiquiatra, clínico geral, psicólogos e até mesmo nutricionistas.

A Usisaúde oferece para seus beneficiários o projeto Inspirar que visa apoiar os tabagistas na cessação do uso do cigarro. O projeto é conduzido por médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas.

Qual o papel dos profissionais envolvidos no tratamento?

Cada profissional atuará em sua área de conhecimento, visando melhor tratamento e resultados na prevenção e combate ao alcoolismo e drogas. Enquanto o médico tratará questões relacionadas aos transtornos desencadeados pelo uso excessivo de substâncias, os outros profissionais estarão a postos para dar o devido amparo emocional e terapêutico. 

É essencial, que o indivíduo seja acompanhado desde o início para evitar o risco de ter uma recaída. O processo é lento e requer tanto da equipe da saúde, quanto da família, paciência para entender o tempo de cada um e sua capacidade de dizer não ao primeiro gole ou qualquer meio de uso das drogas.

Como já mencionado, não existe uso de álcool e drogas sem riscos, o mais seguro a se fazer é não fazer uso dessas substâncias e descobrir formas alternativas de relaxar, aliviar angústias, encontrar prazer e lidar com as frustrações e estresse do dia a dia. 

Gostou do post? Que tal aproveitar a visita e ler mais um conteúdo, dessa vez sobre as atividades físicas para fazer em casa e manter a qualidade de vida!

Referências:

ADAMILI, A. N. et al.. O uso de álcool e outras drogas em tempos de pandemia. 2020. Disponível em: <https://www.pucrs.br/coronavirus/wp-content/uploads/sites/270/2020/08/2020_08_24-coronavirus-cartilhas-psicovida-o_uso_de_alcool_e_outras_drogas_em_tempos_de_pandemia.pdf>. Acesso em: 15 Fev. 2022.

GARCIA, F. D. (Organizador) Manual de abordagem de dependências químicas. Belo Horizonte. Utopika Editorial, 2014. Disponível em: <https://crr.medicina.ufmg.br/project/assets/ckfinder/files/MANUAL%20DE%20ABORDAGEM%20-%20FINAL%2027-02-2014.pdf>. Acesso em 25. Fev. 2022.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. 20/02 – Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/20-02-dia-nacional-de-combate-as-drogas-e-ao-alcoolismo/>. Acesso em: 15 Fev. 2022

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Alcoolismo. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/alcoolismo/>. Acesso em: 15 Fev. 2022

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Neurociência de consumo e dependência a substâncias psicoativas: resumo. Disponível em: <https://www.who.int/substance_abuse/publications/en/Neuroscience_P.pdf>. Acesso em 24. Fev. 2022.

SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE DO GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS. Consumo de Álcool e Outras Drogas. Disponível em: <http://cidadao.saude.al.gov.br/saude-para-voce/estilo-de-vida-saudavel/consumo-de-alcool-e-outras-drogas/>. Acesso em: 15 Fev. 2022.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO. UNASUS/UFMA. Conceitos básicos sobre o uso abusivo e dependência de drogas.Disponível em <https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/2046/3/Mod%2003%20UNIDADE%2001.pdf>. Acesso em 24. Fev. 2022.

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