O que são as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)?

Tempo de leitura: 10 minutos

Conteúdo atualizado em 21/02/2021 

Ocasionadas por descuido ou falta de conhecimento, as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Qualquer pessoa pode contrair uma IST, não importa a cor, o sexo, a raça, idade ou situação socioeconômica. A maioria tem tratamento, no entanto, muitas pessoas, seja por medo ou vergonha, deixam de cuidar desde o início, podendo provocar complicações graves e levar à morte.

Neste post você vai entender o que são as infecções sexualmente transmissíveis, como são transmitidas e quais são os métodos de prevenção. Continue lendo para conhecer as ISTs mais comuns e suas características!

O que são ISTs?

São doenças de origem sexual, o transmitidas de uma pessoa para a outra, principalmente, por meio das relações sexuais desprotegidas, através contato com as secreções de um(a) parceiro(a) contaminado(a), seja pela boca, órgaos sexuais ou ânus. A transmissão pode acontecer também de forma vertical, de mãe para a filho, durante a gestação, parto ou amamentação. Ou ainda através do contato de mucosas ou pele não íntegra e através de secreções corporais contaminadas (menos comum).

Anteriormente conhecidas como DSTs, a nomenclatura mudou a partir de 2016, para IST por definição do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde. O intuito da mudança é destacar e dar maior ênfase ao fato de que uma pessoa pode ter e transmitir uma infecção, mesmo sem apresentar sinais e sintomas.

Quais são as ISTs mais comuns e suas características?

Relacionamos a seguir as principais e mais populares ISTs — suas causas e sintomas!

Herpes genital

É causada por vírus e que ataca a pele ou as membranas mucosas dos genitais, por meio do  contato sexual desprotegido e da pele mesmo sem lesões. Os sintomas começam com dores e irritação de 2 a 10 dias após o contágio, seguido de manchas vermelhas e pequenas bolhas esbranquiçadas, úlcera na região dos genitais que podem sangrar e causar dor durante a relação sexual e ao urinar.

HPV  – Papiloma Vírus Humano

É um vírus causador de infecções na pele e nas mucosas que acarreta verrugas ou lesões dando origem a cânceres como o de colo de útero, garganta ou ânus. Além das verrugas e lesões, a pessoa pode apresentar formação de manchinha branca ou acastanhada, coceira ou irritação.

Sífilis

É uma IST causada pela bactéria Treponema pallidum, que apresenta sintomas em diferentes estágios – primário, secundário e terciário – que variam de formação de feridas indolores, os cancros, até consequências graves que afetam o cérebro, os olhos, o coração, as juntas, o sistema nervoso e a aorta.

Gonorreia

Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae,  a Gonorreia é transmitida na relação sexual anal, oral ou vaginal. Os sintomas são diferentes para homens e mulheres: 

  • Nos homens – dor e ardência ao urinar, secreção abundante de pus pela uretra, dor ou inchaço em um dos testículos
  • Nas mulheres aumento do corrimento vaginal de cor amarelada e mau cheiro, dor e ardência ao urinar, sangramento fora do período menstrual, dor pélvica e abdominal

Aids

É uma das ISTs causada pelo vírus HIV ou vírus da imunodeficiência humana que destrói as células de defesa do organismo danificando o sistema imunológico. Nos anos 80 sua propagação e ausência de tratamento que pudesse frear seu avanço e evitar a alta mortalidade, se tornou o terror de grande parte da população. 

O tratamento evoluiu e a mortalidade caiu, sendo possível que uma pessoa infectada pelo vírus tenha uma vida normal. Há quem não desenvolva o vírus a ponto de se transformar na doença, podendo se manter saudável, mesmo infectada. 

Outras infecções que também por ser transmitidas por via sexual: 

  • Tricomoníase – infecção do trato vaginal inferior feminino ou trato genital masculino causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis.
  • Clamídia – bactéria que causa IST e atinge os órgãos genitais, com risco de afetar garganta e olhos.
  • Cancro mole – causada pela bactéria Haemophilus ducreyi acarreta lesões genitais múltiplas e ulceradas, dolorosas com secreção tipo pus.
  • HTVL – Vírus Linfotrópico T humano, da mesma família do HIV, e causador de infecção crônica em seres humanos.
  • Mycoplasma genitalium –  bactéria Mycoplasma genitalium com sintomas parecidos com os clamídia e a gonorreia, porém com secreção mais visível.
  • Doença Inflamatória Pélvica (DIP) –  infecção que afeta mulheres, especialmente, as que tiverem tratado doenças como gonorreia e clamídia não tratadas.
  • Ebola – o vírus ebola, originário da África com taxa de cerca de 90% de letalidade.
  • Herpes simples – infecção viral manifestada através de pequenas bolhas ao redor dos lábios ou genitais.
  • Donovanose – infecção da pele e mucosas da região genital – virilha e ânus – que causa úlceras.
  • Hepatites virais – a hepatite do tipo B também é transmitida na relação sexual.
  • Linfogranuloma venéreo – infecção crônica com ferida ou elevação na pele da região genital ou gânglios da virilha genital.
  • Vaginose bacteriana – também conhecida como vaginite não específica, é causada por bactérias em que ocorre uma alteração da flora vaginal caracterizada, principalmente, por corrimento vaginal de cor amarela, branca ou cinza, com odor desagradável e aparece principalmente após uma relação sexual ou durante período menstrual.

Quais são os métodos de prevenção das IST?

Se prevenir é a forma mais eficaz de evitar uma IST e, por consequência, diversos problemas na própria saúde e de terceiros. Algumas ações preventivas são imprescindíveis, não importa se para homens ou mulheres. Veja algumas delas!

Realização de exames

O hábito de realizar exames regulares ajudam a prevenir ou até mesmo identificar uma IST logo no início, o que aumenta e muito as chances de eficácia dos tratamentos e cura, dependendo do tipo de infecção. Assim, é importante realizar exames: 

  • mulheres abaixo dos 25 anos ou acima que tenham múltiplos parceiros –  exame anual para Clamídia e Gonorreia.
  • pessoas entre 13 e 64 anos – exame para AIDS pelo menos uma vez ao ano
  • gestantes – exames para Sífilis e hepatite B.
  • homens homossexuais e bissexuais – exame anual para Sífilis, Clamídia e Gonorreia.
  • homens homossexuais e bissexuais, além das pessoas que usam drogas injetáveis – exame anual para AIDS.

Vacina

As vacinas são métodos eficazes contra a Hepatite B e infecções pelo HPV, por exemplo. Manter a vacinação em dia pode evitar uma série de contratempos. 

Quais fatores ou comportamentos podem aumentar as chances de contraírem uma IST?

Embora o preservativo seja um método contraceptivo e eficiente na proteção de algumas ISTs, para outras como herpes e HPV esse tipo de proteção não é suficiente. No entanto, qualquer pessoa que pratique relação sexual sem proteção tem chances de contrair IST. Assim, a falta de visitas regulares ao Urologista especialista em saúde sexual masculina e Ginecologista especialista em saúde sexual feminina prolifera o risco de contágio por IST.

O número elevado de parceiros sexuais aumenta expressivamente o risco de contágio de IST. O recomendado é ter critérios na hora de escolher um parceiro e usar preservativos nas relações sexuais.

O que fazer no caso de suspeita de estar com alguma IST?

De modo geral, essas doenças manifestam-se por meio de feridas, corrimentos, irritações, caroços ou verrugas nos órgãos genitais. Podem causar coceiras, dor na relação sexual, dor debaixo do umbigo. Mas é preciso ficar atento, pois, nem sempre aparecem sintomas, sendo muito importante consultar periodicamente um médico especialista.

Muitas delas, como a Aids e o HPV – causador de câncer de colo de útero em uma quantidade considerável de mulheres no Brasil – são conhecidas por grande parte da população, mas o que muitas pessoas não sabem é que existem outras ISTs bastante comuns e que podem ser evitadas com cuidados simples.

O uso da camisinha previne contra a maioria dessas doenças e ainda contra diversas outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Use camisinha em todas as suas relações sexuais e cuide de sua higiene íntima, mas, diante da menor suspeita de uma IST, procure a ajuda de um especialista — melhor tratamento é a prevenção, seguindo de um diagnóstico precoce.

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Referências:

FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). 2019. Disponível em: <https://brazil.unfpa.org/pt-br/topics/ist>. Acesso em: 10 Jan. 2022

SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). 2019.Disponível em: <https://www.saude.df.gov.br/ist/>. Acesso em: 10 Jan. 2022

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Disponível em: <https://www.saude.mg.gov.br/ist>. Acesso em: 10 Jan. 2022

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. O que são IST. Disponível em: <https://saude.es.gov.br/o-que-sao-ist>. Acesso em: 10 Jan. 2022

SECRETARIA DE SAÚDE DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ. O que são Infecções Sexualmente Transmissíveis? Papo Saúde ESP explica. 2021. Disponível em: <https://www.saude.ce.gov.br/2021/09/06/o-que-sao-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-papo-saude-esp-explica/>. Acesso em: 10 Jan. 2022

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA. O que são IST. 2020. Disponível em: <Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) – Projeto EDUCA CIM>. Acesso em: 10 Jan. 2022

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