Os mitos mais comuns relacionados à amamentação

Tempo de leitura: 9 minutos

Conteúdo atualizado em 18/08/2020.

Muitas dúvidas passam pelos pensamentos das mães que estão em fase de amamentação e existem muitos mitos em torno delas. Se você estiver com dúvidas ou achar que seu bebê não está amamentando bem, procure o auxílio da equipe de saúde. Sem o esclarecimento adequado, essas dúvidas podem comprometer a amamentação.

Confira abaixo alguns dos principais mitos sobre amamentação, que podem prejudicar a confiança das mães e prejudicar o estabelecimento correto da prática. 

Meu leite é fraco e não sustenta o meu filho

Não existe leite materno fraco! O leite materno é completo em nutrientes, apresenta composição semelhante para todas as mulheres que amamentam e é o alimento ideal para o seu bebê, recomendado até os dois anos de vida ou mais, devendo ser oferecido exclusivamente até o 6º mês de vida. Até mesmo uma mãe com desnutrição leve ou moderada é capaz de produzir um bom leite. 

Há também a crença de que o leite industrializado é mais forte porque o bebê dorme e engorda mais. O que acontece é que o leite materno é mais “ralo” que o leite de vaca, e o bebê acorda mais rápido porque a sua digestão é mais rápida, mas isso não quer dizer que o leite materno é mais fraco, pelo contrário, é o alimento mais indicado. Já as fórmulas infantis, apesar de serem preparações específicas para crianças, não contém anticorpos e outras substâncias que só o leite materno pode oferecer ao bebê.

Durante a amamentação, canjica e caldo de cana aumentam a produção de leite

A produção do leite materno depende principalmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. Portanto, quanto mais o bebê mamar e esvaziar adequadamente as mamas, mais leite a mãe irá produzir. Não existe nenhuma comprovação científica em relação aos efeitos dos alimentos no aumento da produção do leite.

A mamãe estar tranquila, descansada e confiante, mantendo uma boa hidratação e alimentação saudável, também são fatores que ajudam na produção de leite.

Seios muito pequenos não produzem leite na quantidade suficiente para o bebê

O que diferencia o tamanho das mamas é a quantidade de tecido gorduroso que ela apresenta, e este tecido não interfere na quantidade de leite que elas irão produzir. Ou seja, tanto as mamas grandes quanto as pequenas possuem capacidade de produzir o mesmo volume de leite em um dia. Lembre-se que o principal estímulo é a sucção do bebê!

Amamentar durante uma segunda gestação pode prejudicar o desenvolvimento do bebê no útero.

Se for o desejo da mulher amamentar, mesmo com uma nova gestação é possível manter o aleitamento quando não tem nenhuma intercorrência na gravidez. Já quando houver ameaça ou histórico de parto prematuro é indicado interromper a amamentação. 

O hormônio que controla a saída do leite, a ocitocina, também estimula a contração do útero. Porém, em gestantes de risco habitual e sem complicações, esse hormônio sozinho não é capaz de iniciar o trabalho de parto. O útero está na fase de carregar o bebê, protegido contra um trabalho de parto precoce.

Quando o bebê começar a comer, o leite materno pode prejudicar a absorção de ferro.

Diferente do leite de vaca, o leite materno não interfere na absorção de ferro ou de outro nutriente, além disso, o ferro presente no leite materno é de mais fácil absorção pelo organismo do bebê. Outros alimentos, mesmo tendo bastante ferro, nem sempre são bem absorvidos pelas crianças durante a fase de amamentação.

Meus seios vão ficar caídos

A amamentação não faz os seios ficarem “caídos”. Isso pode acontecer devido ao fator genético, idade, musculatura da mama, número de gestações e aos cuidados durante a gestação, incluindo o controle do ganho de peso e uso de sutiã adequado. 

É certo que, durante a amamentação, os seios passam por um processo intenso e contínuo de mudanças, pois se enchem, ficam volumosos e se esvaziam de leite incontáveis vezes.

E quando a amamentação se encerrar, os seios da mãe vão estar diferentes: mais saudáveis e com a beleza de ter alimentado um ser humano – seu filho.

Quem tem prótese de silicone não conseguirá amamentar

Quem tem silicone nas mamas consegue amamentar sim, desde que, durante a cirurgia sejam preservadas as estruturas das mamas! 

O leite congelado, mesmo que retirado das mamas, não tem os mesmos nutrientes

O leite pode ser congelado por até quinze dias sem perder suas características e qualidade nutricional, desde que armazenado adequadamente

Os mamilos precisam ser higienizados sempre que o bebê for mamar

Não há necessidade de higienizar os mamilos todas as vezes que o bebê for mamar. No entanto, é preciso seguir alguns hábitos simples de higiene durante a amamentação, como banhos diários e lavar com frequência a mama com água e sabonete, além de utilizar sutiãs limpos e secos. 

Há mamães que têm o hábito de utilizar absorvente nos seios ou conchas protetoras para evitar que o leite escape, mas essa é uma prática que deixa as mamas úmidas e pode favorece a proliferação de bactérias e fungos. 

Quando a mãe tem dificuldades para amamentar o bebê, é preciso que ele mame nos seios de outra mulher

A amamentação cruzada, como é conhecida a prática de mães que amamentam filhos de outras, que apresentam alguma dificuldade com o aleitamento, é contraindicada pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa prática pode oferecer diversos riscos ao bebê, como a transmissão de alguma doença infectocontagiosa.

O banco de leite pode não ser seguro 

Se o profissional de saúde que acompanha o crescimento do seu bebê recomendar o uso do alimento por meio do banco de leite, não há com que se preocupar. Nesses locais há o tratamento e a pasteurização do leite, o que impede a transmissão de doenças. 

Novamente, ressalta-se que não é indicado levá-lo a outra mãe para amamentar mesmo quando os exames estiverem em dia e comprovando a saúde da mulher.

É preciso dar os dois peitos a cada mamada

O ideal é que você acompanhe continuamente como está a fome do bebê e não fixe o tempo de cada mamada. Além da fome do bebê, o esvaziamento da mama pode variar conforme o intervalo entre as mamadas e o volume de leite armazenado na mama, entre outros fatores. 

Se o seio for esvaziando e ele ainda estiver pedindo por mais leite, a mamãe pode oferecer o outro o peito para saciar a vontade da criança. A recomendação para a próxima mamada é oferecer o seio que não foi oferecido na mamada anterior ou o seio que bebê mamou por último, caso tenha sido ofertado as duas mamas.

O leite materno não mata a sede do bebê

Enquanto o bebê estiver recebendo o leite materno de maneira exclusiva, nenhum outro tipo de alimento precisa ser oferecido à criança: nem líquidos, como água, água de coco, chá, suco ou outros leites; nem qualquer outro alimento, como papinha e mingau O leite materno contém toda a água que uma criança necessita, mesmo se residir em locais de clima quente.

O bebê pode ficar mal acostumado se não tiver horários para mamar

Além das necessidades fisiológicas, o bebê também encontra na amamentação um aconchego e fortalecimento do vínculo com a mamãe. A orientação é a amamentação sob livre demanda, ou seja, o bebê deve mamar sempre que desejar. Com o passar do tempo, o bebê e mãe irão construir uma rotina juntos.

Neste material, você pôde conhecer alguns mitos sobre a amamentação, além de entender um pouco mais sobre como o leite materno contribui para a saúde e para o desenvolvimento do bebê. 

Deseja entender um pouco mais sobre o desenvolvimento do bebê e as transformações na gestante? Continue no blog e entenda!

Referências:

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conheça alguns mitos que podem atrapalhar o aleitamento materno. Disponível em: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/materias-especiais/52461-mitos-podem-ser-um-empecilho-para-que-maes-amamentem#:~:text=Mito%20ou%20Verdade%3A%20Amamentar%20durante,%C3%A9%20indicado%20interromper%20a%20amamenta%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 31 jul. 2020.

INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE FERNANDES FIGUEIRA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (IFF/FIOCRUS). Mitos e verdades sobre amamentação e doação de leite humano. Disponível em: http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/209-mitosleitehumano. Acesso em: 31 jul. 2020.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). 14 mitos sobre a amamentação. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2019/08/1682331. Acesso em: 31 jul. 2020.

AGÊNCIA BRASIL. Conheça 10 mitos e verdades sobre a amamentação. Disponível em: https://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2015/08/conheca-10-mitos-e-verdades-sobre-amamentacao. Acesso em: 31 jul. 2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). Oito mitos e verdades sobre aleitamento materno. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/oito-mitos-e-verdades-sobre-aleitamento-materno/. Acesso em: 31 jul. 2020.

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